Escrevo-te por não te saber ler,
vivo por não saber pelo que morrer.
Heis a carta da eterna redenção
que te entrego desde já em primeira mão.
Rogo ao vento para que te traga
como recordação presa num memorial,
ouço a noite encadeada pela madrugada
como uma tempestade efervescente e imperial.
A brisa quente que refresca a cara
adormece-me os cinco os sentidos,
sou poeta vadio, perdido poeta sou,
por fazer dos versos dados quadros denegridos.
A água que corre debaixo do pé
não foge sem ter o que levar consigo
e o meu velho pingarelho Deus
ignora-me como um bom fingido amigo.
Vou partir no décimo sétimo dia,
porque as questões germinam.
O resultado é negativo
e essa linhagem não aumenta,
que se passa com o amor
se não se tempera com pimenta?
«jd»
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