sábado, 12 de janeiro de 2013

Sou Poeta Vadio

Escrevo-te por não te saber ler,
vivo por não saber pelo que morrer.
Heis a carta da eterna redenção
que te entrego desde já em primeira mão.

Rogo ao vento para que te traga
como recordação presa num memorial,
ouço a noite encadeada pela madrugada
como uma tempestade efervescente e imperial.

A brisa quente que refresca a cara
adormece-me os cinco os sentidos,
sou poeta vadio, perdido poeta sou,
por fazer dos versos dados quadros denegridos.

A água que corre debaixo do pé
não foge sem ter o que levar consigo
e o meu velho pingarelho Deus
ignora-me como um bom fingido amigo.

Vou partir no décimo sétimo dia,
porque as questões germinam.

O resultado é negativo
e essa linhagem não aumenta,
que se passa com o amor
se não se tempera com pimenta?

«jd»

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