Ficamos onde a chama nos aquece,
onde o gelo ousa e nos derrete,
ficamos quando a areia nos incendeia
sempre que a vida impeça e nos afete.
Olhamos no chão e vemos
que foi-nos desenhado.
Não sabemos, perguntamos
quem tão bem ilustrou este milagre,
que abraçamos por ser abençoado.
Temos as mãos agasalhadas
entre paz e guerra assinadas,
temos ciclos de esperança
que embala amor e o balança.
Olhamos o céu e vemos
que o fado é por nós escrito:
as estrelas guiam sob o véu sombrio
e de dia o sol brilha o ar fumado
do brio de um extinto cigarrito.
«jd»
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