quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Contra-senso

Não precisas gostar de mim
e de todos os meus laços.
Não necessitas querer-me suportar
e seguir todos os meus passos.

Tens de me deixar arruinado
a um canto mal arrumado,
por ausentes duros momentos a solo
cedendo-me a um ventre sem colo.

Senão imagina, fico doente.
Doente de mim, não enfermo de ti.
Doente pelo que recentemente
me descobri. De ti.

De ti, de tu. És tu. És tudo.
És tudo, e tudo mais para mim.
Ambiciono mais para ti que só me teres.
Não te contenhas. Não me tenhas.
Eu trato de mim,
sei que só viverei
até ao nosso fim.

Sou contra-senso pleno
e demais intenso.
Sou a aura que flutua
sob o que já não penso.
Sou ambiguidade, nostalgia.
Incessante hemorragia.

Sou músculo vermelho quebrado,
sou mágico recém-chegado.
Mas deixa-me, que te quero mais melhor!
Quero-te tanta sorte mais, maior!

Venero-te principessa,
como se fosses a mais
funcional engenha peça.

És, tanto como sempre serás, a vital peça da ignição.
A que liga o meu complicado circuito ao teu descuidado coração.

«jd»

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