terça-feira, 7 de agosto de 2012

Agonia

É uma imácula saudade na ausência de competição,
que eu sinto e que, de futuro, tão amargamente, não pressinto.
Absorto em si mesmo, o meu beijo introvertido não deixa de ser tímido.
Desconectado nos demais, o teu lábio faz-me esquecer a dor e o gemido.

É uma dor possante que me invade cem, e sem intervalo.
Corre, salta; voa com a suprema elegância de um cavalo.
Abrupta-me como um suspiro crivado e mal exalado.
Enforca-me como um estilhaço de alçapão mal trancado.

O meu?
O globo deslumbra mil, a corda não depõe duzentos.
A caixa recetora desencaixa trezentos péssimos códigos matriz.
Também não identifica nulos bandidos com duros punhos cimentos,
nem tão pouco degusta ventos como se tratasse de um humano feliz.

Sangue velho corre por canos abusados.
Milícias recrutadas, bando de desgraçados.
Bando dos expirados de graça. Desgraçado eu,
que ainda aguardo o nosso alto apogeu.

Nada em vão, magoa e mata, o desenho animado.
Perigoso o fogo que nos une de tão culpado!

O ciúme intermédio neste espaço repleto de assédio,
deixa sempre rasto de motor com potêncial ruído médio.
Mas atenção! A sua concisa e justa passagem
no fim evapora-se tal a leveza de uma miragem.

«jd»

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