sábado, 18 de agosto de 2012

Pesquisa

Há um trapézio, uma balança, um equilíbrio, uma droga enfim, qualquer coisa aonde te descontrolas. Há uma passada de valsa que desenhas mal consecutivamente. Há toda uma logística inanimada no chão que pisas. Há pedaços de ar partido, dispersados pelo chão em teu redor. Olha-os. Sê vigilante. Há peças de quadro à posteriori mal pintado. Repensa isso. Há cicatrizes de oxigénio que desperdiças, sempre haverá. Tempo largado que enfraqueces. Papoilas soltas ao mar, como aviões incontrolados flutuando num referto divagar. Há também insetos que irrompem pelo chuveiro onde te banhas. Há de tudo meu amigo. E nada disso pede egoísmo. Pede copos partidos, tanto o queiras. Pede manchas que se apregoem ao povo. Pede sinais feios, sílabas certas, corações amargos e finais felizes. Palavras baratas, todavia acertadas. Não me pede a mim. Não pede este homem; um homem, nem tão pouco pede dois. O que achas? Não pede nem um batalhão deles. Pede confusão! Caos, instaurado numa trincheira que dispõe aliados que se atormentam: o homem, mais a paixão que o rebenta do peito para o exterior. E o salgado das lágrimas? Não existe. É ficção. É uma espécie de micro-novela inventada por cérebros um pouquinho disfuncionais. Há sempre um livro que nunca abrimos. Abrimos outros então, não é? Há sempre paixões como livros. Há sempre livros como paixões. Paixões que contam livros. A paixão não precisa de banda sonora. A banda sonora não tem de suportar paixões. E as paixões não suportam flexões mal comportadas. Não faço parágrafos porque não há coisas concretas a dizer quando escrevo. A prosa aparece sistematicamente ofegante, quiçá, talvez viesse de uma corrida. Ou, se me permites refletir melhor, acho que a prosa esteve a chorar. A pesquisa começou.

«jd»

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