sábado, 16 de junho de 2012

Brotar

Se é a paixão que nos faz mover,
se é o fogo que faz tanto molhar
é portanto a água que a faz secar.
Porque amar alguém superior a nós
é bem muito, muito mais que entreter,
é mais que deter, é mais que iludir, é manter.
A frangilidade com que nos temos na intensidade de alguém,
é sempre a que nos estorva e não nos liberta de ficar sempre aquém.
Aquém de meio mundo cheio de esquinas mal viradas,
e de esferas de nove lados, paralelas e desventuradas.
É o vinho picante que nos deleita pelas entranhas,
alimenta egos e ódios sólidos por ferir tais impressões.
As armas desligadas estão, o povo está às aranhas,
e os capitães já não sabem quais as faltas de sensações.
É tarde demais para virar o relógio do avesso,
as aventuras remetem para o regresso ao progresso.
O piano toca acelerado e o meu coração por ti foi amarrado.
Talvez a sua batida também forte esteja, e o futuro assim o preveja.
Acontece a reviravolta.
Surge o bicho que ladra, o vento que assobia, a intriga que desmente.
Brota toda a flor que sem se plantar, faz-se primeiro sob forma de semente.
Saudade passou de moda e já não se sente.
Já que saudade é tudo quanto nos magoa,
pretendo ter isso flutuamente e bem patente.

«jd»

Sem comentários:

Enviar um comentário