terça-feira, 5 de junho de 2012

Fuzilamento

A próxima vez que chorares, agradece.
A proxima vez que mentires, perece.
A outra próxima vez que atraires, retrai.
Porque a falta de sobriedade é tudo o que contrai.
Nos sonhos voam inumeros passageiros,
os assexuados anjos são maus mensageiros.
A memória nunca me faz ou fez falta
a noite foi criança mas já vai bem alta.
O sol agiganta-se do outro lado,
o céu é cinzento e empastado.
Rir do despacho mergulhando no riacho,
triste condição do etiquetado macho.
O circulo carece de juízo, critério ou harmonia,
a razão e discernimento ganham nova maldita mania.
Os amigos dão a mão, ouvem piano com a sensação
com que Deus ofereceu a terra e o mar a Eva e Adão.
Sentem o chão a ruir, as flutuações a descer e subir.
As bisnagas de luzes fogem e somem,
a carência de brilho e fulgor permite
que a preta droga que eles consomem,
tome o desastre e trate como urânio a dinamite.
Todas as cantigas fazem lembrar a repúdiante noite,
só espero que o fugaz satanás por aqui não pernoite.
Da próxima vez que puxares pelo cérebro, desliga.
Da próxima vez que bodega fizeres, suplica.
É mau demais para repetir,
e mau até para se fazer ouvir.
Mas a verdade acabará por vir à tona
deixando o rei falir da sua poltrona.
E a perfumada e vistosa rainha de toque solene vai atrás,
libertando um rasgado rasto de caminho que demos deixou aos demais.
Doce e rara elequêcia têm aqueles que nada refletem,
deixando outros dois na omissão por quem competem.
Esta é a história de vultos pseudo-aventureiros,
ou a saga do fuzilamento de dois legítimos herdeiros.

«jd»

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