Tenho um, mil amores rasgados,
tenho dois, mil sonhos mal pensados.
A paixão e o sonho são inconstantes produtos,
embriões que provêm da mesma matéria.
Na véspera colidem-se e seduzem-se,
hoje desmaiam pela sua tamanha miséria.
Amor rasgado, se me vires um dia ao descampado,
liberta-me e aguarda com paciência por resultados.
Não sou homem nenhum se insistir em viver sem autonomia,
ou animal algum se não sentir um pedacinho de nostalgia.
Ainda não encontrei o meu posto em combate,
como hei-de eu servir os interesses da guerra?
Se deixei amores suspensos num imaginário resgate,
como me imunizo da saudade em serviço da terra?
«jd»
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