Chuva que cais,
chuva que derrubas:
continua a cair.
Tens o dom de não fazer disfarçar
quem abdicou de quer sorrir;
por isso cai,
derruba a paz,
faz de lágrima na cara de quem sorriu,
mas já não mais o faz,
neste mar, neste rio.
Chuva, chora agora, e cai.
Derruba, cai, empurra.
Precipita os amores pseudo-perfeitos
e todos os prefeitos
administradores de corações desfeitos.
Cai sobre eles.
Ilustra-os. Arregaça as mangas de quem casaco não tem.
Molha o que tens a molhar e o que não tens para molhar.
Molha, mas não nunca te deixes molhar,
minha chuva que molha,
minha chuva que cai,
minha chuva que derruba.
Chuva minha: guardei-te um beijo.
Um dia devolvo-to.
«jd»
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