Jamais abdicarei do ato que não nos une,
mas sei bem o quanto o tempo urge e pune
quando se contam promessas de amor.
Seja a poesia a minha eloquência,
a minha declaração de insolvência
de uma paixão gasta e sem já fulgor.
Canto eu sendo escrevente, e escrevendo
imponho ritmos às coisas que vou vendo,
separando as linhas minhas das tuas arestas.
Amor, em cada esquina, em cada planalto ou meseta,
lâmpada minha fica nua e gasta de griseta,
por cantar-te tão sofregamente pelas florestas.
Amor é tudo o que te tenho
por te ter nesta tanta conta de saudade.
Já pouca gente permanece junto a mim,
dado que sou poeta solteiro e sem idade.
Se empenho esforços para me soltar de ti,
é porque creio que de perto nunca te vivi,
sem que me restasse um pingo de receios.
Dizem-me que está na hora de em frente seguir,
mas a vida retomará sempre que te vir,
e lembrar-me-à deste amor sem rastreios.
«jd»
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