sábado, 17 de agosto de 2013

Primeira Experiência Descritiva

        No deserto da aventura vejo ovelhas a deambular, como quem passeia sem rumo numa encosta junto ao mar. Vejo flores a correr obrigadas e desabrigadas pelo furor do vento, vejo coisas bonitas e cheiro outras tantas num calor que de nada tem momento.
        Fotografo um cume que está repleto de cores e formas rurais e naturais, de girassóis sincronizados, de vegetação tão verde que parece que nunca foi bravada; que sempre ali esteve, desde sempre. Mas o céu, o céu quase azul e quase branco, quase que me transporta para o próprio ambiente visionado. Transporta-me por dentro de um trilho de terra grudado à esquerda dos girassóis, onde passa qualquer “rebanho” e qualquer criança. Conduz-me porque me capta a atenção e seduz-me os sentidos, sem nunca os baralhar. Cria em mim uma dualidade de pensamento: primeiro permite-me ter um imenso prazer e um gigante desejo de fazer parte da paisagem e de a viver, mas em contrapartida sinto que não me é correto personificar ainda mais a imagem, porque se eu fosse um outro elemento daquele cenário, provavelmente estaria, embora irracionalmente, a impor o genótipo da minha “mão humana”.
        Toda a paisagem é etérea porque só tem mão da Natureza. É sublime porque, quer eu olhe “para a direita ou para a esquerda” ou para trás “de vez em quando”,  serei sempre domado pela força dos girassóis e pela pureza dos céus. É perfeita por ser primaveril.
        Ressalvo que este é, na minha humilde perspetiva, um poder de difícil ou até inexistente descrição.



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