segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fraternidade

No intervalo do jogo, o vagar é sublime
e devagar impressa o seu espaçoso crime.
E essa lentidão sem propriedades sub-atómicas,
endoidece as ricas amizades puras e astronómicas.

O património desmesurado
sob o condão desproporcionado.
Rogo aplauso à valentia doente de quem licita a alma
ao imaculado companheiro fraterno do céu e da calma.

As histórias das bolas a fazer rolar o chão
e das meninas a quem ousamos estilhar galardão.
Das velhas caçadas, das vitórias nas cartadas,
dos futebóis sem destino e das fábulas das enseadas.

Os quatro ventos e os gritos sem pavor.
Mil e dezoito abraços intensos pagos com fervor.
Outras dezenas incontáveis no memorandum,
onde se extraviam carinhos sem recibento algum.

Em sumário compactado como armário,
arriscaria a dizer que amigo é tal e qual como sumo concentrado:
Chega para mais de cem copos e valorizar-se-há
para mais duma centena de corações;
No entanto é aquele que nunca deita fora
todos os milésimos traços de recordações.

«jd»

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