sábado, 1 de setembro de 2012

Lua Azul

Porque nos desejamos,
queremos-nos sós
e nos queremos nus.
E fazer jus à nossa pouquidade da indecência,
havemos de jorrar e jogar em excelência.
Atenta-me: é fruto demais delicioso
para cintilar na inércia do repouso.

As tuas roupas e os teus aromas
sobre meu quase rústico sugar.
O vagar, o devagar e o divagar;
primos da cisterna que nos enche.
A chama, a pegada, o enaltecer do ar.
O destino à luz do furacão que nos preenche.

Enfurecemos os Deuses da vanguarda
com o nosso respirar matinal de sábado.
Ao pequeno-almoço descobrimos
que todo o amargo pode ser também salgado.
Mas não há noite alguma em que a lua cheia mais brilhe
o glamour da comensuração que nos equipe e artilhe!

Oh, mas esqueci-me de te inventar deitada no meu chão,
porventura perdi-me na incorporação da tua imensidão.
E dispo-me sobre o teu nome e sobre tudo,
sem me julgar mais capaz do que realmente sou.
Ai céus e réus... Sim! Apaixonado estou.

«jd»

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