sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Queres?

Quero.
Quero pessoas perdidas. Animais acompanhados. Os beijos esperados. Os olhares trocados. As lições mal entendidas. Quero cadernetas cheias. A desvirtude dividida a meias. A adrenalina a escorrer do céu. Reflexo lunar levanta o véu. Estás, ofegando, atrás de mim. Vagarosamente, cheiro-te. Delicadamente, viro-me. Subitamente, beijo-te. Arrependo-me. Tremo, tropeço pelo abismo. Esfaqueia o meu civismo. Beija-me de volta. Sê Cinderela à solta. Faz-me chorar. Lança-me ao ar. Ouve o disco, passa-me o visto. Dá-me a permissão:
quero-te amarrar as mãos aos ferros de uma cama qualquer, rasgar-te as roupas, bater-te com pétalas de malmequer. Afastar o pudor, aumentar o calor e desertar sem ouvir rumor. Quero violar-te os lábios e, superando a intelectualidade dos sábios, trincar-te tudo o que é ilegal, a bem ou a mal. Estende a toalha, falha no sistema de batalha.
Livrar-te de embaraços, prender-te os braços e prevalecer. Ou viver.
Escorraçar a ponte, passear-te além horizonte e satisfazer. Ou viver.
Carcomer-te o decote, beber-te do pacote e desfalecer. Ou viver.
Quero abrir portas, gritar com o orgasmo e ofender-te com notável entusiasmo.
Quero escavar-te, amar-te, elevar-te, apaixonar-te.

«jd»

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