Sinto-me próximo de perder o contacto
de tão longe estar do que perto me pertenceu.
A aguardar estão ambos os lados da margem
que virou, entrou em coma ou pereceu.
Pelo sul conto as imensuráveis estrelas
que se amontoam na varanda da nostalgia.
Imensurável é também a saudade de paixão
que dormir não me deixa deste lado da periferia.
Hajam folhas soltas e secas a voar pelo ar
que respiro com uma intensidade neutra de velho.
Sejam elas a despertar os sentidos adormecidos
de um apaixonado que não liga a nenhum conselho.
Se os amigos desafiam e alertam,
alertam somente o mau ócio da consciência.
Mas o apaixonado só quer ouvir o coração,
deixando a cabeça derrotada pela incoerência.
Heis uma paixão de verão, a sina de riacho estéril
que tem dois afluentes em corrida para um único mar.
Se os amantes algum dia souberem se isto é correto
poderão nunca mais viver outro apaixonar.
«jd»
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