Os pujantes olhos verdes
que investem contra mim
ao fundo do salão nobre,
parecem obstáculos circundantes
num desmovimento fixo de cobre.
Nessa sala gigante
de cadeirões majestosos
a Física não nem autoridade.
Por isso bailamos sem nunca cansar,
sem sentir o peso da idade.
Nesse eco reverberado
a música é eterna,
e o piano imortal.
Tudo tão bonito e pacífico
como o reino verde no quintal.
Paz de alma faz-se com sacrifícios
que jamais convêm ser recordados.
Tudo tão excessivamente inocente,
tudo tão límpido, amoroso e tranquilo,
quanto implume que nasce contente.
Pequenos e aos poucos nos fazemos,
num ritmo frouxo e vagarento, e ritmados
concordamos com as ondulações do oceano.
Somos uma qualquer selva suspirada e apaixonada
que transborda o calor do continente africano.
«jd»
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