sexta-feira, 6 de abril de 2012

Deserto Salgado

Num deserto salgado e frio onde a noite cerra,
o férvido sol amena, cai no horizonte e cai na terra.
Fico eu então ao descoberto, com bandeira mal aparada,
há espera que algo triste e diabólico termine a minha jornada.
Não acredito no que não entendo,
finjo no que creio e apenas no que pretendo.
Amor acento em verdade é coisa doutro mundo,
existe bem e puro, mas só lá bem no fundo
do céu estrelado, onde olhares
conectam-se e alargam-se,
prenchendo alguma inteira saudade,
além de toda a vaidade e uniformidade.
Atesto a minha vida com outra dócil vida por cima,
mas ela não me completa e já pouco me anima.
A essencial pantomima numa melancólica relação faz falta,
no crepúsculo do fim de tarde, onde a adrenalina já só se arrasta.
Chegou o cúpido pouco ortodoxo,
diz trazer soluções a curto prazo,
faz-me sonhar com ilusões aos quais dá azo,
mas apenas alimenta um portentoso paradoxo.

jd

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