Tenho medo de envelhecer,
sentir a vivacidade a perecer,
rugir por ter os músculos a prender,
distinguir os olhos e ouvidos a gritar e a doer,
subitamente escorregar por ter os ossos a quebrar
ou ambiguamente já não saber por que rua andar.
Tenho medo de envelhecer,
de formular memórias para prontamente
e involuntariamente as fazer esquecer;
ou de sonhos ser forçado a desprender.
De me converter num hipocondríaco ou desacreditado,
invariavelmente maníaco ou despedaçadamente resignado.
Tenho medo de envelhecer,
e não ter sonhos já realizados
ou outros imediatamente idealizados.
"O que os novos podem
e nunca fazem, os velhos
querem e nunca podem".
Tenho então medo de envelhecer
e junto ao meu lado não te ter.
Porque ter-te ao pé de mim,
é como ter uma suave e metálica flor de jasmim,
que enquanto tiver perfume e odor,
valerá pelo seu interior e exterior.
«jd»
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