segunda-feira, 2 de abril de 2012

Uma Aclamação

Não importa
eu voltar a ser eu,
ou eu voltar a ser teu.
Não importa
dar sem receber,
apreciar uma música
sem saber ler ou ver.
Não importa
o amor condicionado pela distância,
importa como cada um a encurta com elegância.
A vida é simples, mas custa.
Não importa
quantas lágrimas nos tombam e entram em coma,
somos feitos de um grande e estonteante sintoma.
A vida, que vida!
Não importa
quantas vidas são as que amamos,
Porque qualquer dia a vida será a tal,
entendo que todos amamos uma última vez
e uma última vida e pessoa antes de morrer.
Não importa nada.
Cada um terá a sua função na vida,
um papel no drama.
Representar é saber ludribiar,
é chegar ao sentir, ao concertar.
Não há Julieta sem Romeu;
não há duro futuro sem olhar
a um espesso passado dourado.
Não há porta sem maçaneta, janela sem vidro.
Não há fumo sem brasa, água sem sol.
Não importa.
Tudo tem um plano,
tudo tem um berço,
um sepulcro.
Não importa
quantos amigos coleccionamos.
Cada cromo, cada amigo
é especial e nenhum será repetido.
A Caderneta é de dimensões
desconhecidas, ilimitadas.
Não importa
a resposta da mulher que amamos.
Importa
se quem amamos
nos responde como mulher.
Não importa
morrermos todos amanhã.
Importa gozar vida.
Gozar o máximo de prazer.
A excitação de cada terno momento de extâse.
Sentir o coração aos pulinhos sem nunca parar.
Importa bater recordes atrás de recordes,
importa atingir sucessos sobre sucessos,
chegar a vitórias e chegar a mais vitórias ainda.
Os triunfos são o nosso plano de vida e todos os temos.

João Dias

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