domingo, 15 de abril de 2012

Esfera Feérica

Suspiro sem vacilar sob universos enormes,
deparando-me com inumeros desamores uniformes.
Vou disparar e dar um tiro na mão ou no pé,
mas fazendo tudo de bom sem perder a minha falta de fé.
Num firmamento uniformemente nublado
revejo o teu rosto em todas as núvens desformes
sentindo em cada minúscula partícula do enevoado
as mais pequenas gotas de água em que possivelmente te tornes.
A interação entre o tempo e espaço é tudo o que nos liga,
conecta-nos como discos perdidos num mar á deriva.
A linha que separa o pecado do teu recado
é o amado ou fastigado doce luar.
Amor é onde me amaluco,
nas horas cinzentas e escuras
do tratado de poesia em lusco-fusco.
Perco-me em ti por 5 noites e 5 dias,
são beijos e carícias de um anjo
perdido num cosmo sem arranjo,
onde só habita o sentimento transacionário
de um homem que vacila por ser seu mercenário.
Mas em contratos bem ou mal assumidos,
delicadamente tropeço cada um dos olhos
por todas as quebras reminiscêntes
de minhas memórias de teus toques ardentes.
Quero tirar-te fotografias enquanto dormes e descansas os olhos
tornar-te ilimitadamente minha, tornar-te parda e delicada princesa,
rasgando com o meu imaginário todas as tuas interiores roupas e folhos
enchendo até o quarto de velas, preparando-te uma ópera à surpresa.
Sou eu, um veterano de guerra
encalhado numa tempestuosa terra
onde a imunidade da saudade saúda os amigos
e me deixa a mim à mercê do calor dos abrigos.
«jd»

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