segunda-feira, 16 de abril de 2012

Separo-me do Outono

A Primavera e a frescura da tua rejuvenescência
ataca e estrangula o Outono do meu ensaio de imprudência.
Enches o cálice e repões o sangue que outrora me sequestraram,
preenches espaços vazios com vida, que os desleais sonhos tanto me adiaram.

O vento bate nas folhas à velocidade com que
o meu peito explode pelo teu coração,
e nem com todo este frio,
eu por ti perco a minha paixão.
És duro musgo na minha viscosa rocha.
Anexas-te a mim, aos outros permites o escorregar
e proteges-me da forte brisa do ar e do mar.
Fazes juras de amor em despedaçados horizontes.
Ligas os nossos interesses por longos túneis e pontes.
Milhares de pequenas cascatas perturbam tão lindo rosto,
onde a vacuidade se descompleta com lágrimas.
Respeitas-mee descarregas-me de qualquer imposto
que por ti estar encantado pendurei às minhas lástimas.
Entre simétricos cálculos sobre a atração humana,
resguardo-me de tudo o que a virtual tentação imana.
Os laços e correntes prendem-me agora furtivamente a ti,
já não mais me lembram as garras ferozes das quais eu fugi.
E tu aí - rica e ruiva; como deusa escapada de uma penúria.
«jd»

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