terça-feira, 8 de maio de 2012

Zarpando no Cristal

Tento zarpar e escapar-me no meu paquete,
bato bolas e quadrados com o auxilio de uma raquete,
vejo mergulhos profundos, fundos de mágoas esquecidas,
abandonadas à mercê do leito do rio onde vim dar.

Encravei numa molhada página descodificada.
Linha sobre linha é uma azul meta quadrículada,
Montes e montes de uma enorme maré de cristal,
miro ao longe o farol, o brilho e o cintilar do litoral.

Podia contar luas e luas,
planetas, estrelas e astros.
Podia tentar-me e partir-me em aventuras,
partir em barcos e viver sob quebrados mastros.

A vida é um remo cor de nada,
de nada tem o breve tudo,
e de tudo esvai-se num reto
mar de estrada.

Procuro o pedaço de terra onde te deixei,
descubro-te sob faíscas de água onde nunca te ousei.
E absorvo o salso ar para ti. Diz então, faz e sorri.
Que a vida não está para mim no que a vida para ti está.
Sou audaz capataz de uma embarcação sem destino,
percorrendo leitos e oceanos por ser teu peregrino.

Vida faz-se de palavras bonitas,
escritas e ditas na ponta da mão.
Por favor, se um dia um novo amor te aparecer,
espera por mim que perdido estou na banheira de deus
e não lhe digas que sim, mas não lhe digas que não.

«jd»,
uma solicitada encomenda
pode sempre precisar
de uma ou outra emenda.
Para a Rita, que se decidiu
e neste pseudo-autor lá investiu.

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