sexta-feira, 15 de março de 2013

Cancro Psicológico

Não voltes a sonhar comigo,
não retribuas os bilhetes e as cartas.
A dor física é uma criação mental,
é o cancro psicológico,
é o tumor do sobrenatural.

A que forças preciso de me obrigar?
Chora sem silêncios e com suspiros,
na lentidão da noite de Sábado
- no teu quadrado curvado.
E até que amanheça, oxalá Deus se esqueça.

Estou no período pornográfico
do pós queima de fotografias,
na clara eminência e antecedência
da vinda de novas filosofias.
Porque os meus modos mudaram quem eu sou,
como sou, porque sou e com quem me dou.

O ritual, de ser constante e cíclico,
nada mais é que uma rotina maçadora.
Deambulo pela cidade azul e cinzenta,
por ter fama de boa acreditadora.
Nas folhas pardas e secas acho beatas embebidas,
que foram assediadas pela vida e pelas suas perdidas.

A nortenha cidade pardacenta,
de tanto me ter não interfere.
Aconselha sem ver nem saber
sobre o amor e desamor
(que mistura e condimenta)
pelo qual meu coração se fere.

«jd»

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