sábado, 2 de março de 2013

Uniformes

Fevereiro já passou,
decerto era o pior mês.
Eu aprendi como bem-vencer
as matreirices que o cupido me fez.

Impávido estou, sereno serei.
No descobrimento, uma descoberta faço,
e no meio de tanta conversa desinteressada
extermino com o meu lado repleto de embaraço.

As pessoas crescem a um ritmo alucinante.
Tão alucinante quanto o delírio de viver.
E vivem para essa demência,
para a loucura de amar e perder.

A vida chamou-me,
a minha vida é agora.
A felicidade vem da harmonia,
da sua paciência e da sua demora.

Tenho uma eterna vida
porque a vida é eterna?
É intemporal, mas mentirosa.
Morre-me nos braços.
E a matriz da parede do Sol
ilumina-me os imanes espaços.

Relacionamento premeditado:
uma paixão e uma despaixão.
O amor na sua distensão
e a amargura solsticial.
A toda a hora crio coisas uniformes,
entre o ordinário e o especial.

«jd»

2 comentários:

  1. Por algum motivo fizeram de Fevereiro o mês mais curto.. Por ser também o mais pesado, o mais massador, o mais doloroso. Sem nenhum motivo em especial, mas por todos os motivos do mundo. Porque nos remete para o amor que (não) temos ou simplesmente porque nos remete para o amor. O amor é uma merda, simplesmente por não o ser..

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  2. Subscrevo na integra o teu comentário. Fevereiro é o mais curto por ser o mais longo. O povo não faz nada ao acaso e eu esforço-me por também não o fazer. O amor é o que de mais extraordinário temos, porque sem amor não se escreve livros, sem amor não se escreve poesia, sem amor não vale a pena alimentar um corpo, nem acordar de manhã. É o amor - no seu melhor e no seu pior - que nos faz realmente viver. Ás vezes, precisamos de conhecer o pior que o amor tem para nos dar para que depois possamos desfrutar do seu melhor. "O amor é uma merda, simplesmente por não o ser", sem dúvida, porque se ele não fosse uma merda, não seria amor.

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