sábado, 9 de março de 2013

Íman Veraz

Mentiroso já, mais vezes que as que me lembro.
Saltei vedações já, vezes a mais que as recomendáveis;
Mas, como se fosse alguma vez aceitável,
nunca deixei excluído o Eu verdadeiro e amável!

Mas isso nunca deixei, e agora nédio estou.
Estou farto de jogos e de bolas de neve.
Genuinamente, hoje sou um íman de veracidades,
sou como o vento, o que galopeia pelas afinidades.

É o vento que não tem limites, que é imperecível.
É a ânsia pelo perfume, pelo odor, pelo aroma.
É a pesquisa de lar, é a procura incessante pelo paladar;
é a culpa que é tua, porque me outorgaste este apaixonar.

Eu fugi de ti para poder chegar-me mais perto
dos pássaros na terra do certo e dos gafanhotos no céu.
Tu e eu, com o raiar do sol e o véu, debaixo da laranjeira
fazemos amor, em equações literárias presas à bagageira.

E sonhamos com o beijo, com o piano a escorrer em nós.
Idealizamos o livro onde a história por uma voz ficará inscrita.
Sonhamos com o encontro, com o embate, com o choque,
com as emoções que provirão do nosso primeiro toque.

«jd»

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