quinta-feira, 14 de março de 2013
Encaixilhar
Se eu arrumasse o mundo,
mandava encaixilhar as recordações
e empilhava eu mesmo todas as emoções.
Começava por fazer arrumações na cave,
onde os medos embriagados planeiam a evasão,
conduzindo o rio do sobrenatural à foz da desilusão.
Na sala de estar deixava a lareira da memória acesa,
para que viva para nos aquecer este presente formidável,
iluminando os retratos atestados do carimbo apaixonável.
Aspirava o quarto, vezes e vezes e vezes sem conta,
para que a todo o momento a montanha fosse o momento,
para que a todo o momento tu me achasses o alimento.
O sentimento não quer garagem,
não quer alpendre, telhado ou teto.
Continuará a ser paixão de fascínio
enquanto perdurar a verdade e o afeto.
«jd»
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