Amo-a porque a tenho
em mim tão pouco de si.
Ela conta-me todas as suas histórias
e só me deixa omitir o que vivi.
Nas vaidades especulatórias
ela tanto opina sobre a forma
ostentosa com que vivo,
como crítica ainda a maneira
como romanceio sendo imperativo.
Não lhe lanço avisos, e ultimatos
deixo para aqueles que neles crêem,
mas se o nosso romance fosse um copo
transbordaria da água que não tem.
Nenhum abraço deve ser
exibido à porta-fechada,
nem nenhum beijo merece
ser dado no escuro.
Se nos queremos tão bem
quanto nos idealizamos,
talvez seja hora e dia certo
para fazer do hoje o nosso futuro.
«jd»
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