segunda-feira, 5 de março de 2012

1/4 de Rubi

Jamais te conheci mais bela,
mais acústica, atenciosa, absorvente.
Procurei-te em toda a minuciosa janela,
aguardei um beijo, qualquer gesto quente.
A tua rua fazia esquina com a minha,
mas nunca estive perto da aleatória linha.
Nunca arrisquei examinar-te à vanguarda,
receei o teu pai, lá com a sua espingarda.
Arma dele e a guerra aberta, o que eu temi!!
Pela álgebra esquartejada guardava-te um anel de rubi.
A sensação de te possuir sem ter,
iguala a de ter rezar sem converter.
Sonhei-te noite sim, dia não.
Sondei-te noite não, dia são.
Gosto-te. Aspiro-te.
Não há tamanho, altura ou longitude de mar,
que ilustre a minha capacidade de te poder amar.
Mas sou preguiçoso e abraçado a vícios terrenos.
Sou forte muito pouco, não resisto aos teus venenos.

João Dias


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