É pelas cartas que durante dias te escrevi
e pela resposta que em tempo algum te recebi.
Essa partilha que nunca vivi,
e que não e jamais entendi.
O desejo desmedido de suspirar,
pela meloncólica canção de amor,
que na rádio ouvia todos os dias.
O pudor ridículo de celebrar,
o ato de vitória do pleno louvor.
A congruência de poupar economias.
Anseio por um mundo próspero meu,
que a vida de oferecer se esqueceu.
O mérito da percepção de que
tudo o que de bom há
parte da nossa muscula solidão.
Sempre de dentro para fora,
e nunca o contrário.
Há quem lute, ou quem jamais o faça.
Estão com medo de uma ameaça?
A escura reação acionada.
A radiante ave embriagada.
A neutra aventura homicida,
pela mulher nunca antes conhecida.
João Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário