A amizade morre no dia em que
apenas um dos dois amigos se enterre,
até que a porta de uma janela,
ou de uma casota qualquer encerre.
A amizade é o único amor
que corresponde ás expectativas criadas:
não pede reanimações ou operações,
ou algum tipo de piadas.
Mas. Mas tudo o resto é molécula de ilusão,
um pudor sem respiração.
Um abraçar de cortina suja,
uma interajuda em inclinação.
O estatuto morre, o astuto corre.
Ele corre para a luz, ou corre para a cruz.
Mas é um verdadeiro amigo,
é um sincero companheiro.
Não quer ser reconhecido,
quer-se irrestrito, por inteiro.
Não quer impor, quer-se dispor.
Dispõe-se a ajudar, até a amar.
Protege, mesmo quando esmorece.
O camarada não mente.
Nenhum camarada mente!
Não sabe lidar com isso.
Mas é imperial ser coerente,
para fazer durar o compromisso.
João Dias
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